Se havia quem ainda tivesse alguma dúvida, esta última Mesa de Negociação (15/07) confirmou o que esta OLT-AR vem manifestando: a direção da empresa, sob a presidência do sr. Rodrigo Assumpção, tripudia do trabalhador.
Nesta 4ª Mesa foi oferecida, sem nenhum pudor, a proposta de reajustar os salários pelo IPC-A nas seguintes opções:
(1ª) dividir em três parcelas (3% em agosto, 3% em outubro, 1,961% em dezembro); ou
(2ª) reajuste único de 8,17% em outubro.
Porém, pasmem, todas as opções sem qualquer retroatividade a maio, data base de nossa categoria!
A proposta é ultrajante, não só por se limitar ao IPC-A, mas, e principalmente, pela não retroatividade a maio. Tal questão,extremamente desvantajosa aos trabalhadores, que vem recebendo salários corroídos pela inflação há mais de ano, seria inédita em nossas campanhas salariais, mesmo considerando momentos mais difíceis que já passamos. Lembrando que, como os próprios representantes da empresa afirmam, o problema atual é financeiro (e não econômico!) e momentâneo, passageiro.
Na verdade, acreditamos que tudo isso se trata da antiga e famosa estratégia do “bode na sala”.
O pleito dos trabalhadores é de reajuste salarial pelo IPC-A de abril, retroativo a maio, e ganho real de 5%. Com essa proposta ultrajante da empresa (“colocar o bode na sala”), põe fim à discussão do ganho real para voltar todas as atenções à questão da retroatividade.
Não será nenhuma surpresa se, mais tarde, a DATAPREV concordar com o IPC-A retroativo a maio e todo mundo ficar “satisfeito” (“tirar o bode da sala”), esquecendo do ganho real e das demais Cláusulas Sociais que a direção da Dataprev vem negando sistematicamente, inclusive a jornada de 6h para todos os funcionários.
Cabe citar o exemplo da Embrapa. Também empresa pública federal com data base em maio, recentemente assegurou o IPC-A de abril retroativo a maio. Por que com a DATAPREV seria diferente?
É típico da atual gestão tratar a grande parte dos trabalhadores com descaso, subjugando o corpo funcional aos seus caprichos e arroubos de vaidade. Adoram receber prêmios, mas não conseguem perceber quem foram os responsáveis pelos mesmos.
Por sua vez, é possível que a empresa esteja experimentando dificuldades financeiras, porém, mesmo nessas épocas de vacas magras, não falta dinheiro para as contratações vultosas, que continuam sendo realizadas normalmente, como são os exemplos das recentíssimas licitações para treinamentos em plataforma VMWare, estimados em mais de R$ 1,3 milhões, e para compra de servidores e racks para os CPs, pelo Registro de Preços, estimada em mais de R$ 300 milhões!!!
Além do mais, diversos atos de gestão questionáveis, que contrariam os interesses da categoria, vêm sendo praticados há muito por essa direção, tais como:
– aumento do custo da folha salarial com a troca injustificada de gerentes mais antigos (como os antigos incorporam a gratificação, toda vez que ocorre esse tipo de substituição, é como se houvesse o pagamento de duas gratificações, uma para o antigo e outra para o novo!);
– aumentos generosos para as funções comissionadas. Prática adotada algumas vezes logo após o término da Campanha Salarial, beneficiando exclusivamente os ocupantes de cargos comissionados com reajustes substanciais nas gratificações, bem superiores aos reajustes dos salários dos empregados;
– nomear “ad nutuns”, sem concurso público, para atividades que os empregados concursados poderiam realizar, sem falar que os “ad nutuns” recebem de duas a três vezes o que recebe o empregado concursado.
Não podemos esquecer que nas campanhas passadas o discurso dessa gestão era praticamente o mesmo: grande dificuldade para dar um reajuste digno aos trabalhadores. Porém, logo em seguida, praticavam atos que mostravam que o discurso era autêntica falácia.
Trabalhadores, temos que dizer um “NÃO” bem forte a essa proposta risível da empresa. É imperativo que nos unamos e mostremos a essa gestão que temos valor e queremos ser tratados com dignidade.
Mensagem retirado do site da OLT RJ – http://www.dtpoltarrj.com.br/